10 LIVROS MAIS SOMBRIOS DA HISTÓRIA

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Poucas coisas são tão difícies de descrever como a escuridão. Termos como ausência,o vazio,noite,ou apenas dar-nos alguns tons universais da escuridão,mas não explicam em termos positivos,ou seja,para que ela realmente é.

Existem maiores dificuldades em explicar a escuridão dentro da literatura,quer dizer,que obras são sombrias e por quê.Neste ponto,nós poderíamos usar explicações técnicas,tais como o que define a escuridão como a "ausência de luz." Mas isso é realmente assim? A escuridão é apenas um segmento,uma piscina de escuridão aonde a luz se retrai? Ou é apenas o oposto?

A escuridão é uma constante do universo. A luz,no entanto,aparece de forma descontinuada aqui e ali,supernovas e gases galácticos,mas como poderia até mesmo começar a comparar essas poucas lâmpadas com a vastidão inconcebível da escuridão que os separa?

Agora,se a expressão objetiva da escuridão exigi certas reservas,a escuridão literária impõe um grau ainda mais elevado de prudência. A única certeza é que a escuridão na literatura sugere a ideia de vigiar algo,algo dissimulado,velho,poderoso,enigmático.

No entanto,essas qualidades não defini-lo,mesmo em termos ambíguos. Algo e sombrio ou não é,e todos nós sabemos,embora ninguém consiga defini-la com prescisão... ou quase ninguém.

Antes de entrar nesta lista com os 10 livros,quero mostrar um que não pertence a ela para definir o que a escuridão é e como podemos entendê-la em relação à literatura. O poeta Inglês John Milton precisava de um verso para deixar claro o que quer dizer com o conceito de escuridão,conceito incerto que poderia facilmente aplicar-se à literatura:

Não era luz,mas a escuridão visível.
(No light, but rather darkness visible)



10- 1984 (1984, George Orwell)

O livro apresenta a possibilidade de um estado totalitário,vigilante e opressivo,sob a figura de um grande irmão. Neste mundo sommbrio com polícia do pensamento,uma espécie de agência dedicada à avaliação dos pensamentos nocivos da população,e é introduzido o uso de uma "Nova língua",algo como uma redução progressiva da linguagem que elimina palavras supérfluas,naturalmente,com fins repressivos. Estes são os alicerces de uma sociedade terrível com base no princípio de que o que não é parte da linguagem não pode ser pensado.

9- um mundo feliz (Brave New World, Aldous Huxley)

Este grande livro de Aldous Huxley apresenta um paradoxo notável:retrata um mundo que pode parecer uma utopia,onde a humanidade é saudável,pacífica e muito avançado em termos de tecnologia. No entanto,estes nobres objetivos foram alcançados após a eliminação da arte,literatura,filosofia e diversidade cultural. De acordo com Huxley,este é o preço de viver em "um mundo feliz."

8- O Senhor das Moscas(Lord of the Flies, William Golding)

Um grupo de meninos chega em uma ilha deserta após o um dramático acidente de avião em que viajavam. Sendo os únicos sobreviventes são forçados a sobreviver sem um adulto,que parece ótimo,pelo menos no início,onde vivem  uma espécie de terra do nunca ao estilo de Peter Pan. No entanto,a escuridão ganha terreno. Aos poucos,os mais forte inauguram um reinado de terror onde até sacrifícios humanos são permitidos.

7- A laranja Mecânica(A Clockwork Orange, Anthony Burgess)

Anthony Burgess explora aqui a aplicação dos princípios pavlovianos aos seres humanos,ou seja,para obter respostas condicionadas como um método para restringir o livre arbítrio. Mesmo o mais bonito,como uma sinfonia,torna-se um detonador da escuridão mais perigoso quando está associado às terríveis tormentos que deve sofrer o protagonista.

6- O Conto da criada (The Handmaid's Tale, Margaret Atwood)

Livro de ficção que nos coloca em um futuro não tão distante,onde um governo teocrático que espalha insidiosamente totalitarismo cristão que derruba as nações,e com eles a possibilidade de pensar em termos de liberdade. Peça extraordinária de ficção especulativa de Margaret Atwood,onde a escuridão é percebida como uma nuvem global que paira sobre toda a humanidade.

5- Fahrenheit 451 (Fahrenheit 451, Ray Bradbury)

Basta dizer que o título do livro,Fahrenheit 451,refere-se à temperatura necessária para que o papel de livros impressos se queimem. A história gira em torno de Montag,bombeiro encarregado de queimar os livros proibidos por ordem do governo;quase todos pelo  seu caminho.

4- O monge (The Monk, Matthew Lewis)

Talvez o melhor livro gótico da história. Sombrio,transgressor,que conta a história de um monge sádico,que faz um pacto com o diabo;fato de não ser o mais sombrio de sua vida,como também explora outras abominações,como estupro e incesto. Em parte,o monge expressa a hipocrisia e frustração de viver sozinho.

3- A metamorfose (Die Verwandlung, Franz Kafka)

Gregor Samsa,e um simples comerciante de Telas,mas acorda um dia convertido em um enorme inseto;aparentemente,uma barata. Franz Kafka refere-se aqui ao tratamento brutal que exercem as sociedades autoritárias e burocráticas que pressionam o indivíduo diferente,que se atreve a pensar por si mesmo,que acaba por ser mal interpretado ou louco,isolado em seu quarto na frente de um aparelho institucional devastador.

2- O coração das trevas (Heart of Darkness, Joseph Conrad)

Coração das Trevas de Joseph Conrad retrata uma espécie de viagem de iniciação para as profundezas da África,jornada que também ocorre no coração do protagonista,que descobre facetas sinistras de si mesmo com essa jornada simbólica jusante quando submerge na escuridão da selva.

1- A Divina Comédia (Divina Commedia, Dante Alighieri)

Fundamentalmente,se falamos de escuridão literária,podemos concluir com este clássico de Dante Alighieri,de alguma forma,uma transição versificada do pensamento medieval e teocêntrica fazia novos e terríveis conceitos do Renascimento sobre a individualidade do ser. Seu protagonista,o próprio Dante,deve percorrer as regiões do Inferno,Purgatório e Céu,onde também estamos testemunhando um tipo de escuridão tão esmagadora,tão universal,que não está ausente no reino dos bem-aventurados.